Isabella Silveira PsicoClinic • 13 de maio de 2025

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Síndrome do impostor: como afeta pessoas bem-sucedidas

Síndrome do impostor: como afeta pessoas bem-sucedidas

É comum pensar que o sucesso traz consigo segurança, autoconfiança e tranquilidade. No entanto, muitas pessoas que alcançaram posições de destaque profissional, acadêmica ou social enfrentam um desafio silencioso: a sensação persistente de não serem boas o suficiente, mesmo diante de conquistas reais. Esse fenômeno tem nome — e afeta muito mais gente do que se imagina. Neste conteúdo, você vai entender o que é a síndrome do impostor, como ela se manifesta em pessoas bem-sucedidas e quais caminhos podem ajudar a lidar com isso.

O que é a síndrome do impostor?

A síndrome do impostor é um padrão psicológico caracterizado pela dificuldade em reconhecer as próprias conquistas e pelo medo constante de ser "descoberto" como uma fraude, mesmo quando há evidências concretas de competência. Quem convive com essa sensação tende a atribuir seu sucesso à sorte, a fatores externos ou a circunstâncias pontuais, jamais ao próprio mérito.

O termo foi criado em 1978 pelas pesquisadoras Pauline Clance e Suzanne Imes, e desde então vem sendo estudado por seu impacto significativo na saúde mental e no desempenho de indivíduos em diferentes contextos, especialmente em ambientes de alta performance.

Por que pessoas bem-sucedidas sofrem com isso?

A síndrome do impostor costuma afetar justamente quem está em posições de responsabilidade ou visibilidade. Isso acontece porque, quanto mais altos os patamares alcançados, maior a exposição, as cobranças e a pressão para manter um padrão elevado.

Além disso, pessoas que se destacam em suas áreas muitas vezes se tornam reféns da própria exigência e perfeccionismo. Elas se comparam com referências idealizadas, acreditam que precisam provar seu valor o tempo todo e anulam o próprio esforço ao conquistar resultados.

Entre os fatores que favorecem esse quadro, estão:

  • Pressão social por desempenho impecável
  • Comparações constantes com colegas ou concorrentes
  • Histórico de ambiente familiar ou educacional altamente crítico
  • Dificuldade em lidar com reconhecimento e elogios
  • Crenças disfuncionais sobre sucesso e fracasso

Como identificar a síndrome do impostor

Os sinais podem variar de pessoa para pessoa, mas alguns padrões costumam se repetir:

  • Medo de não estar à altura das expectativas
  • Sensação de ser "uma fraude" que pode ser desmascarada a qualquer momento
  • Desvalorização das próprias conquistas
  • Autoexigência extrema e perfeccionismo
  • Evitar novos desafios por medo de falhar
  • Ansiedade intensa antes de reuniões, apresentações ou decisões importantes
  • Dificuldade em receber elogios e reconhecer o próprio mérito

Curiosamente, esses comportamentos não desaparecem mesmo após repetidas validações externas, o que reforça o ciclo de insegurança e sobrecarga emocional.

Quais as consequências para a saúde mental

Conviver com a síndrome do impostor não apenas prejudica a autoestima, mas também pode comprometer a qualidade de vida, as relações interpessoais e o desempenho profissional. Algumas das consequências mais frequentes incluem:

  • Ansiedade crônica
  • Quadros depressivos
  • Procrastinação por medo de não conseguir atender às expectativas
  • Exaustão emocional
  • Isolamento social disfarçado de “foco no trabalho”
  • Baixa satisfação pessoal, mesmo diante de conquistas relevantes

Com o tempo, esse padrão pode levar à síndrome de burnout ou a outras condições relacionadas ao estresse intenso e prolongado.

Como lidar com a síndrome do impostor

O primeiro passo é reconhecer os sinais e compreender que esse padrão não define quem você é. Algumas atitudes podem ajudar:

  • Observar e questionar pensamentos automáticos de autocrítica excessiva
  • Reconhecer as próprias conquistas, sem reduzi-las a sorte ou circunstâncias
  • Compartilhar sentimentos com pessoas de confiança
  • Evitar comparações irreais com colegas ou figuras públicas
  • Estabelecer limites para a autocrítica e o perfeccionismo
  • Permitir-se aprender com erros sem que isso afete sua identidade ou valor

A importância da psicoterapia

Em muitos casos, a síndrome do impostor está ligada a experiências passadas, padrões familiares, crenças limitantes e traumas emocionais que, se não forem elaborados, continuam perpetuando esse ciclo. A psicoterapia é fundamental para ajudar a identificar a origem desse padrão, trabalhar a autoconfiança de forma consistente e ressignificar a relação com o próprio sucesso.

Ao longo do processo terapêutico, a pessoa passa a enxergar suas conquistas de forma mais justa e equilibrada, fortalecendo a autoestima e aprendendo a lidar com as cobranças internas de maneira saudável.

Conclusão

A síndrome do impostor é silenciosa, mas afeta profundamente até as pessoas mais competentes, bem-sucedidas e admiradas. Reconhecer seus efeitos e compreender suas origens é o primeiro passo para assumir, com propriedade, o protagonismo da sua trajetória — sem o peso injusto da autossabotagem.

Cuidar da saúde mental não significa fraqueza, mas sim estratégia emocional e inteligência para sustentar suas conquistas de forma saudável e consistente.

Se esse conteúdo fez sentido para você, aprofunde-se. Conheça como a psicoterapia pode ampliar sua percepção sobre si mesmo, transformar suas relações e potencializar ainda mais a sua performance pessoal e profissional.

E se você percebe que o cansaço mental e o desgaste emocional têm se tornado frequentes, vale a pena refletir sobre outro ponto importante: será que é apenas estresse ou já pode ser burnout?

 Descubra a diferença e os sinais de alerta no artigo abaixo:

👉 Como saber se estou com burnout ou apenas estresse comum

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